terça-feira, 30 de março de 2010

Programa e formas de avaliação

Ver aqui:

Teste de 6 de Abril de 2010: sugestões para a sua preparação

Teste de 6 de Abril de 2010: sugestões para a sua preparação

Deverão reservar algum tempo de "trabalho autónomo", de acordo com as indicações da Declaração de Bolonha. A preparação deverá demorar cerca de 3 a 4 horas, se seguirem as indicações seguintes.

O teste irá consistir num comentário ao seguinte texto que contesta a tese do trabalho imaterial de Antonio Negri:

Sérgio Lessa, "Trabalho imaterial, classe expandida e revolução passiva", Disponível em: http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/comen15lessa.pdf [Consultado em 26 de Março de 2010]

(Ver aqui um outro artigo do mesmo autor com o mesmo tema:

LESSA, Sérgio (2010) , "Trabalho Imaterial: Negri, Lazzarato e Hardt”, Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/index.php/estudos/article/viewFile/414/1212 [5 de Janeiro de 2010])


Fases do trabalho:

1. Deverão fazer uma recensão deste texto de Sérgio Lessa.

2. Resumos das aulas no que se refere ao conceito de trabalho imaterial realçando as diferenças entre a posição pós-marxista (ou neo-marxista) e a pós-moderna de Negri. Ver o powerpoint das aulas:



3. Resumo do texto de António Negri entregue e analisado nas aulas onde define o trabalho imaterial.
DIREITA E ESQUERDA NA ERA PÓS-FORDISTA: MUDANÇAS NA ESFERA DA PRODUÇÃO LEVAM A NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO E ATUAÇÃO POLÍTICAS
FSP 29/06/97 (já analisado nas aulas)
Está aqui:
(complementar com a leitura do texto, no mesmo site:
"A MELANCOLIA DOS CATASTROFISTAS: NOVOS MODOS DE REVOLUÇÃO AINDA PODEM SURGIR COM AS MUDANÇAS DA INFORMÁTICA.
Folha de São Paulo 24/11/96")

4. Fazer uma comparação entre o que diz Sérgio Lessa e o que diz Antonio Negri.


5. Fazer, no dia do teste, um pequeno ensaio de, no máximo, 2 páginas respondendo a uma pergunta que irei colocar.

Textos de apoio apenas para leitura

1.Outra crítica neo-marxista à tese do trabalho imaterial de Negri.

ELEUTÉRIO F. S. PRADO, "Pós-grande indústria: trabalho imaterial e fetichismo - uma crítica a A. Negri e M. Hardt2, in Crítica Marxista, nº 17, 2006, pp. 109-130. Disponível em:http://www.scribd.com/doc/23747129/PRADO-E-S-Pos-grande-industria-trabalho-imaterial-e-fetichismo-uma-critica-a-A-Negri-e-M-Hardt [15 de Março de 2010]

2. Ver também o meu texto no Facebook entregue nas aulas:


Ver aqui a versão completa do mesmo artigo:


ou


3. Ver aqui um conjunto de textos de A. Negri do qual destaco o artigo inicial "ANTONIO NEGRI
"A MELANCOLIA DOS CATASTROFISTAS: NOVOS MODOS DE REVOLUÇÃO AINDA PODEM SURGIR COM AS MUDANÇAS DA INFORMÁTICA.
Folha de São Paulo 24/11/96"



As melhoras respostas serão colocadas, mais tarde, no blog desde que me disponibilizem uma versão, em Word.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Adiamento do prazo de entrega da recensão - passa para 31 de Março de 2010

Foi adiado o prazo de envio por mail. Passa para 31 de Março.


Deverá ser feito e enviado, para o e-mail jpneves2007@gmail.com, um

pequeno resumo do seguinte texto da investigadora brasileira V. Bessi.



Vânia Gisele Bessi , “Espaço-temporalidade, Trabalho Imaterial e Resistência: reflexões sobre o cotidiano do trabalho contemporâneo”, in SOCIUS, Nº 1/2007 Disponível em:http://pascal.iseg.utl.pt/~socius/publicacoes/wp/wp200701.pdf


sexta-feira, 19 de março de 2010

Atenção, na próxima 3ª Feira, Aula Aberta

AULA ABERTA

"The Rise of New PlaNET (international communication 2.0) and the Trends of Emerging web-native world".

Prof. Kazimierz Krzysztofek, PhD

(Institute of Sociology, University of Bialystok, Poland)

Data: 3ª Feira - 23 Março de 2010 das 14 às 17h.

Local: Universidade do Minho, Complexo Pedagógico 3 - Gualtar. Sala 3.301

I - Rise of the Global Communication 2.0: From Institutions to Networks

The lecture is meant at giving an answer to important question what kind of culture is emerging in international networks, what cultural activities of people on the net are like and what future they will create, how they will feature the international communication thus tracking the future trends of social and cultural development, in what degree this will be a continuity and in what measure new cultures will change the world in generations to come. International communication as a term seems a bit obsolete as we do not really know what the very word “nation” means nowadays. That is why when talking about communication 2.0 the “global communication” seems more relevant.

II. Emerging web native world: cultural and institutional time lag

Here I attempt at answering a question what a new quality the present day Web–coined 2.0 – creates as a product of digital network technologies of cooperation and user generated contents. The Author reflects on the nature of this emergent phenomenon: to what extent it is an open participatory system of information/knowledge creation and distribution beyond markets and corporations, in what measure a new system of market regulation and in what degree a self-regulating and self-poietic system to use the Niklas Luhman’s term, and, finally, what cultural and institutional change it brings about. To get a better grip of the nature of this change a general conceptual framework has to be conceived that is based on legitimate principles of power and freedom in networks.

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Brief CV

Kazimierz Krzysztofek's fields of research and scholarly competence include: the impact of information technology on the arts; the implications of IT for cultural industries and culture production, distribution, and consumption; and community cultures and civil society. Since 1994 (until 2000) he worked at the Institute of Culture as Director for Research. He has been Professor of Sociology at the University of Bialystok since 1997, vice-president of the Pro Cultura Foundation and a member of the Polish Academy of Science Committee for Forecasting "Poland 2000Plus" since 1995. Since 2000 he has been professor of sociology at the Warsaw School of Social Psychology in Warsaw. ;; He is also a member of the International Studies Association, as well as a member and former board member of the European network of research institutes on culture and culture documentation centers (CIRCLE). In 1987/88 he was senior Fulbright scholar in the MIT Center for International Studies (Program on International Communication) and in 1996, a visiting lecturer at the Pennsylvania State University, State College, Pa, He has published widely and received numerous awards and honours. I.a. he is co-author of the university text-book : Understanding Human Development: from traditional to information society (2002), as well as UNDP Report” Poland on the way to Information Society: Logging on (2003)

No âmbito das aulas de "Trabalho e Culturas Profissionais" do Curso de Sociologia

Apoios : Departamento de Sociologia, Curso de Sociologia, Programa ERASMUS.

José Pinheiro Neves
Coordenador Erasmus
Departamento de Sociologia, Universidade do Minho

terça-feira, 16 de março de 2010

Aulas de 9 e 16 de Março de 2010

Aula nº 2 (9 de Março de 2010) - Apresentação e discussão das várias visões do trabalho: a visão neo-marxista, a visão neo-liberal, a visão pós-moderna.

A noção de trabalho imaterial (António Negri).

Ver aqui o Powerpoint:


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Aula nº 3 (16 de Março de 2010)

Discussão do texto de António Negri.

Ver: António Negri, "Direita e esquerda na era pós-fordista: mudanças na esfera da produção levam a novas formas de organização e atuação políticas", in Folha de São Paulo, 29/06/97,http://www.dossie_negri.blogger.com.br/index.html [Consultado em: 12 de Fevereiro de 2010].

Ver aqui um filme, no Youtube, com este autor, sobre a noção de trabalho no capitalismo actual.


Conferência de Antonio Negri - "A Constituição do Comum"



Mini-teste - 6 de Abril

Haverá um mini-teste com consulta no dia 6 de Abril de 2010 (sala de aulas 3.301 das 14.30 às 16.30h) acerca do módulo 1 do programa. Terá como tema o conceito de trabalho imaterial.

Serão colocados, este fim de semana, neste blog, alguns textos de apoio.

Deverão fazer um pequeno ensaio (máximo 2 páginas) com resumos dos textos dados nas aulas sobre o trabalho imaterial.

Mini-trabalho até dia 29 de Março

Até 29 de Março deverá ser feito e enviado, para o e-mail jpneves2007@gmail.com, um

pequeno resumo do seguinte texto da investigadora brasileira V. Bessi.



Vânia Gisele Bessi , “Espaço-temporalidade, Trabalho Imaterial e Resistência: reflexões sobre o cotidiano do trabalho contemporâneo”, in SOCIUS, Nº 1/2007 Disponível em:http://pascal.iseg.utl.pt/~socius/publicacoes/wp/wp200701.pdf


Ver aqui formas de fazer o trabalho de resumo:

segunda-feira, 8 de março de 2010

Depressão no trabalho

Depressão no trabalho

Crise, desemprego ou excesso de trabalho tem vindo a agravar a saúde mental do nosso país, sendo que, estima-se que 20% dos Portugueses sofrem de depressão e que os custos associados a esta doença ultrapassem os seis mil milhões de euros. A realidade, é que a venda de psicofármacos disparou 3.6% entre 2003 e 2008 e que a depressão está associada à perda de 1200 vidas por ano e, em conjunto com a esquizofrenia esta é responsável por 60% dos suicídios.

No estudo Europeu: “Custos dos distúrbios mentais na Europa”, realizado pelo Conselho Europeu das doenças cerebrais em 28 países europeus, a depressão aparece como a doença psiquiátrica mais cara, com gastos de 1.7 mim milhões de euros, seguido da demência com o gasto de mil milhões de euros e por último, a dependência com 881 milhões.

Mas porque será que isto acontece? Será culpa das empresas, pelos resultados que querem ver obtidos? Pelas avaliações que fazem? Será culpa da sociedade, que se está a tornar violenta? Ou será culpa do indivíduo? São questões às quais ficamos sem resposta, no entanto, o psiquiatra José Miguel Caldas afirma que a culpa nem é da sociedade nem do indivíduo vulnerável, diz que isto acontece porque as pessoas estão a pagar pela exigência que lhes é imposta para uma maior produtividade, pois se olharmos para as sociedades mais tranquilas não acontece nada disto, mas também não progridem economicamente. Podemos ver isto nos Estados Unidos, onde é um país rico, mas é um país onde existe muita prevalência para as doenças psiquiátricas. Assim, existe um equilíbrio que as pessoas têm que encontrar, por enquanto, enquanto não encontram este ponto de equilíbrio vão havendo os suicídios devido à pressão no trabalho. Temos como exemplo a France Télécom, onde se suicidaram 24 pessoas em 18 meses acontecendo isto porque muitos reagiram mal ao novo ritmo da empresa e suicidaram-se. Deste modo, a maior exigência deixa os mais vulneráveis em maus lençóis: os esquizofrénicos descompensam, as pessoas com tendências depressivas deprimem-se e alguns suicidam-se.

Em Portugal, os grupos mais vulneráveis à doença – depressão são os pobres, os idosos e as mulheres, sendo que infelizmente, no nosso país o estigma desta doença é muito grande.

O Coordenador Nacional para a Saúde Mental, José Miguel Caldas de Almeida diz que para ultrapassar este estigma é necessário criar equipas multidisciplinares para apoiar a reintegração dos indivíduos na sociedade, por isso mesmo é esta uma das metas que quer levar para a frente, uma vez que as pessoas tentam esconder esta doença para não virem a ser discriminadas, nem a nível pessoal nem a nível profissional. Há assim uma série de preconceitos acerca de pessoas com depressão, tais como i) pessoas violentas; ii) agressivas; uma série de ideias negativas que vão circulando entre as pessoas e que muitas vezes levam a atitudes de rejeição e exclusão,

Deste modo, as doenças mentais são uma das principais causas da diminuição de produtividade, seja por absentismo, seja por gerar menos capacidade na prestação de serviços, podemos assim dizer que as doenças psiquiátricas têm um grande impacto em termos de incapacidade para o trabalho. Os custos das doenças psiquiátricas não estão apenas nos tratamentos, que como vimos anteriormente, tem custos elevados, mas também na diminuição da produtividade. Portanto, as empresas são uma das principais vitimas nestas doenças, que para além de afectarem os indivíduos afectam também as famílias, a economia e a coesão social.

O objectivo do actual plano de saúde mental é então, que toda a população Portuguesa tenha acesso a cuidados básicos de saúde mental, com a ajuda de unidades de cuidados continuados integrados de saúde mental, como equipas de apoio domiciliário, unidades sócio ocupacionais e unidades residenciais.

Irene Ribeiro

Aluna nº 52309

sábado, 6 de março de 2010

"Antes Tarde do que nunca: notas sobre as contribuições de Gabriel Tarde para a análise da articulação entre comunicação e cultura"

Comentário ao texto:

Gonçalves , Márcio Souza; Clair , Ericson Saint, "Antes Tarde do que nunca: notas sobre as contribuições de Gabriel Tarde para a análise da articulação entre comunicação e cultura"


Neste texto, critica-se a abordagem macro, de tipo "epocal, que valoriza as grandes transformações sociais com uma imagem estática de um social coercitivo e transcendente (ver Durkheim e, mais recentemente, McLuhan e Guy Debord).

O estudo dos fenómenos como as novas redes sociais mediadas digitalmente deve valorizar igualmente as apreensões subjectivas e diferentes que agregadas constituem a realidade tal como é defendido por Gabriel Tarde, Certeau, Le Roy Ladurie e Descola. Devem-se evitar as diferenciações entre moderno e pré-moderno em torno de grandes categorias reificadas. De facto, no meio da novas tecnologias digitais coexistem lado a lado o moderno e o pós-moderno.

Inspirados em Gabriel tarde, os autores sugerem que, recusando a opção de Émile Durkheim, centrado numa "imagem do social (imagem estática, de um social coercitivo e transcendente), Tarde permite repensar as relações entre subjetividade e sociedade, estabelecendo pontes entre essas duas instâncias, cuja interdependência é freqüentemente evidenciada em suas obras. Mesmo um indivíduo, para Tarde, é uma generalização: de fato, trata-se de um composto singular de fluxos diversos de crença e desejo em constante autodiferenciação. Apesar de adquirir notável importância em sua sociologia, o indivíduo não é origem de tudo que há, o fundo primeiro são os fluxos de crença e desejo que, dentre outras coisas, o atravessam. Esses dois elementos, crença e desejo, são a base de toda a teoria social tardeana, as unidades que tudo no universo formam: são as “quantidades psicológicas irredutíveis” de todo o mundo vivo e, por conseguinte, de todo o mundo social"
(p. 142).

Este novo pensamento "permite um nível de análise que merece hoje em dia ser fortalecido, o nível das micro-análises" (p. 145).

Por exemplo, permite repensar as visões macro que criam divisões claras entre as sociedades modernas (ou pós-modernas) e as pré-modernas. "A relação entre tecnologia de comunicação e
cultura tem sido pensada por diversos autores. Rapidamente, podemos citar McLuhan, Escola de Frankfurt, Debord, Gumbrecht [Nota pessoal: e as análises marxistas]. A lista poderia ser continuada longamente. Essas análises se baseiam, de modo geral, numa forma de raciocínio que opera considerando o todo da sociedade e os efeitos de conjunto da presença das tecnologias de comunicação. Isso leva a caracterizações bastante amplas" (p. 145).

Sugere-se que essa imagem macro e estabilizada do social apresenta inconvenientes devendo ser complementada com a dimensão macro e o estudo das grandes permanências incidindo sempre no quotidiano, nas pequenas percepções:

1 - Primeiro, "deve ser considerada a dimensão micro, a dimensão mais concreta que, em sua diversidade, compõe o que se pode chamar de cotidiano [...]. Essa dimensão micro, diferentemente da macro, que destaca grandes traços comuns, se interessa sobretudo pelo pulular de pequenas diferenças, de usos e apropriações singulares e pessoais dos diversos
elementos presentes em um dado meio social, destacando-se, para o que nos interessa, as diversas tecnologias de comunicação existentes. A dimensão micro considera também, é evidente, a disseminação imitativa do inventado" (p. 145).

2 - Segundo, deve-se, ao mesmo tempo, estudar, nas suas ligações híbridas e complexas, o que permanece e que pode não estar ligado às novas tecnologias em si como o determinismo evolucionista tecnológico tende a sublinhar. "Ao mesmo tempo, a análise macro deve ser ligada à análise das grandes permanências, do que atravessa a sucessão das épocas. [...] Temos a permanência de formas básicas de operação e ordenação social, formas sem as quais não há sociedade possível. Tarde a elas se refere como os processos de imitação e de invenção, mas também como certas categorias fundamentais, condições a priori de toda experiência, tais como o espaço-tempo, a matéria, a divindade, a língua" (p. 146).

Finalmente, "temos também a grande permanência, a maior de todas, a do fato de que detodo grupo social se compõe de diferentes níveis coexistentes e contraditórios. Toda sociedade é agenciamento de heterogêneos. Nesse sentido, nenhuma sociedade é una, nenhuma sociedade é um bloco absolutamente homogêneo do qual as contradições estariam ausentes. Toda sociedade é conciliação de contraditórios, formação de um conjunto a partir da diversidade.
Esse ponto é especialmente importante quando da análise das sociedades qualificadas um pouco rapidamente de pré-modernas {...]. Vendo a modernidade como fragmentação individualista de uma experiência supostamente unificada, as sociedades pré-modernas são definidas como as do coletivo, do grupal. Ora, as investigações empíricas tornam bastante problemáticas essas maneiras de compreender o pré-moderno" (p. 146).


Gonçalves , Márcio Souza; Clair , Ericson Saint, "Antes Tarde do que nunca: notas sobre as contribuições de Gabriel Tarde para a análise da articulação entre comunicação e cultura", in Revista Galáxia, São Paulo, n. 14, 2007, p. 137-148